RIBEIRÃO PRETO / SP - sexta-feira, 19 de abril de 2024

Incontinência urinária

      

         AVANÇOS NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA

         Aula ministrada no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do HOSPITAL DAS CLÍNICAS  DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP - 2018 (acesse o link abaixo)

 https://www.youtube.com/watch?v=5Qt9vkkipjo#mce_temp_url#





INCONTINÊNCIA URINÁRIA PARA O GINECOLOGISTA GERAL

Aula ministrada no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto  - USP -2023 (acesse o link abaixo)

https://www.youtube.com/watch?v=HEKkqdpPUjo

   

    

        INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO PÓS-PARTO

        Entrevista (Podcast) concedida ao site da Sociedade Brasileira de Uroginecologia e Disfunções do Assoalho Pélvico - UROGINAP - BR (acesse o link abaixo)

https://soundcloud.com/user-929805682/incontinencia-urinaria-pos-parto-epidemiologia

 


 INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO PÓS-PARTO (entrevista a revista Revide)

https://www.revide.com.br/noticias/saude/ganho-de-peso-na-gravidez-pode-causar-incontinencia-urinaria-aponta-pesquisa/

O QUE É INCONTINÊNCIA URINÁRIA?

ISSO É NORMAL?

         Cerca de 40% das mulheres com mais de sessenta anos queixam-se de incontinência urinária, isto é, do desconforto causado pela perda involuntária de urina. Porém, a perda de urina pode ocorrer em qualquer idade, causando problemas graves de relacionamento não só sexual, mas social.

        Com a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, suas atividades sociais aumentaram muito e a incontinência urinária, mesmo discreta, passou a representar um problema e  uma limitação no seu dia a dia. Além disso, a mulher moderna passou a se importar mais com seu corpo e seu bem estar.

 

         Existem vários tipos e incontinência urinária, send que, cada um  necessita de tratamento específico que vai desde uma simples orientação miccional até cirurgia altamente especializada, passando por tratamento medicamentoso e fisioterapia.

         Por isso, a incontinência urinária deve ser tratada por um profissional especializado, o uroginecologista. Já foi o tempo em que toda perda urinária era tratada pela conhecida “cirurgia de períneo” (perineoplastia), aliás totalmente abandonada atualmente. A perineoplastia está indicada, atualmente, apenas como correção de alguns tipos de prolapso da bexiga, uma espécie de plástica vaginal e, jamais, para tratamento de incontinência urinária.

  

>Causas

 

  •  Menopausa - Nesta fase da vida, há uma diminuição dos hormônios femininos, o que provoca uma série de mudanças no organismo da mulher como alterações na contração bexiga, alterações no colágeno que oferece soporte para a bexiga e uretra, alterações nos vasos sanguíneos que envolvem a uretra e ajudam na contenção da urina, além de uma maior incidência de  infecções urinárias.
  • Gestação e parto - A gravidez representa uma sobrecarga para todo o sistema de sustentação e mecanismo de continência urinária da mulher. Quanto mais gestações e quanto mais peso a mulher ganhar durante a gravidez, maior será a flacidez dos músculos e ligamentos que são responsáveis tanto pela continência urinária, fecal e pela sustentação dos órgãos pélvicos. Mesmo quando a mulher não tem parto normal e só fez cesariana, ela pode apresentar perda de urina pelo simples fato de ter passado pela gestação.

         Além do ganho de peso excessivo e o número de gestações, também contribuem para o aparecimento da incontinência urinária o peso do bebê ao nascer, o tempo de trabalho de parto e condições genéticas específicas de cada paciente. Antigamente acreditava-se que a episiotomia (corte que o obstetra faz no períneo na hora do parto) diminuiria a possibilidade de incontinência urinária. Porém, vários trabalhos demonstraram o oposto e, hoje em dia, só se realiza a episiotomia caso haja risco de laceração (rotura dos tecidos lesando intestino por exemplo) do períneo. 

  •   Falta de exercício físico e sobrepeso - A vida sedentária e o ganho de peso, ao longo dos anos, contribuem para a flacidez dos músculos do períneo, predispondo ao aparecimento de prolapsos (queda da bexiga, útero e intestino, por exemplo) e incontinência urinária.
  • Estresse - O estresse pode alterar o ritmo de contração e esvaziamento da bexiga, provocando sintomas que se confundem com os da cistite. Além disso, pode levar a hábitos inadequados, como passar longos períodos sem urinar aumentando a possibilidade de perdas urinárias e infecções recorrentes.
  • Tendência genética-  Algumas pessoas possuem alterações genéticas que levam a maior flacidez das estruturas que sustentam a bexiga e outros órgãos pélvicos e podem apresentar incontinência urinária mesmo sem nunca terem engravidado, nem estarem na menopausa ou apresentarem qualquer outro fator que justifique a perda de urina ou prolapso genital (popular “bexiga caída”).

 

>Diagnóstico

 

          A história clinica, o exame ginecológico e o teste urodinâmico associados a alguns outros teste e exames especificos como diário miccional e os testes de qualidade de vida permitem ao médico descobrir qual a causa do problema e qual o tipo de incontinência urinária. O teste urodinâmico é um dos mais precisos para o diagnóstico da incontinência. Nesse teste, uma sonda é introduzida na bexiga através da uretra e outra é colocada no intestino pelo ânus. Essas sondas são finas e não causam qualquer dor ou desconforto. Elas são ligadas a um computador que, através de registros gráficos, irá revelar a existência ou não de alterações funcionais e anatômicas, como flacidez dos músculos do assoalho pélvico ou alterações na contração dos músculos da bexiga, do períneo e da uretra. Embora seja um pouco constrangedor, trata-se de um exame indolor, que não requer anestesia e é relativamente rápido.

   

>Tipos de incontinência uinária

 

  Incontinência urinária de esforço 

            A pessoa consegue controlar bem a urina pelo tempo que for necessário, desde que não faça esforço.

             A perda urinária ocorre somente ao esforço (tosse, riso, espirro...);

             A mulher vai ao banheiro com frequencia para evitar acidentes (medo de perda);

             Exercícios são evitados, pois causam a perda de urina; 

 

   Incontinência urinária de urgência

             Alguns estímulos como torneira aberta, som de água caindo ou a simples visão de líquidos desencadeiam uma vontade irresistível de urinar e, por vezes, ocorre a  perda urinária antes de chegar ao banheiro, que geralmente é constrangedora por ser em grande quantidade.

      Quem sofre desse tipo de incontinência tem os seguintes sintomas:

  • Vai ao banheiro com muita frequencia;
  • Sai pouco de casa pois quando vem a vontade de urinar precisa ter um banheiro por perto.
  •  Sente-se ressentida ao ingerir líquidos, pois estes logo proporcionam necessidade de urinar; 
  •  Levanta várias vezes à noite para urinar. Às vezes molha a cama.

 Quando a pessoa apresenta frequência aumentada ( mais que 7 vezes ao dia), levanta mais de uma vez à noite para urinar e tem que correr ao banheiro para urinar mesmo que não perca urina diz-se que ela apresenta a Sindrome da Bexiga Hiperativa. 

 

>Tratamento

 

            As formas de tratamento variam de acordo com o tipo de incontinência urinária.

  1. orientação miccional e de ingestão hídrica.
  2. fisioterápico (cinesioterapia, biofeedback, eletroestimulação)
  3. medicamentoso
  4. cirúrgico

   

            Somente um uroginecologista pode estabelecer qual o melhor tratamento para o seu caso, principalmente se houver indicação de cirurgia. Assim como, somente um fisioterapeuta especializado em incontinência urinária pode orientar os exercícios corretos para cada caso, individualmente. 

  

Prevenção

  • Exercícios físicos.
  • Controle do peso.
  • Orientação médica na menopausa.
  • Controle do stress.
  • Evitar bebidas alcoólicas.
  • Evitar alimentos irritantes da bexiga como frutas cítricas e pimenta.
  • Evitar o fumo.
  • Evitar café, chás e refrigerantes.

 

 O tratamento da incontinencia urinária de esfoço é geralmente cirúrgico, porém a fisioterapia específica pode melhorar os resultados da cirurgia e até tratar os casos menos severos. As cirurgias mais realizadas nesses casos são chamadas "CIRURGIAS DE SLING", onde se utilizam uma faixa colocada sob a uretra de material retirado da propria paciente ou material sintético. Existem diversos tipos de cirurgias de sling e diversos tipos de faixas  e materiais. Somente  um uroginecologista pode dizer quel tipos de cirurgia é melhor em cada caso específico. Não há medicação para este tipo de incontinência.

 No caso da Sindrome da Bexiga Hiperativa e da incontinência urinária de urgência o tratamento é clínico, ou seja não existe cirurgia para esses tipo de incontinência. São usados medicamentos e fisioterapia. Nos casos graves e resistente às medicações convencionais pode-se utilizar injeções intra vesicais de Toxina Botulínica (BotoxR), porém o tratamento é caro e deve ser repetido cada 6 a 9 meses por tempo indefinido.

 Em alguns casos, a causa da incontinência urinária é secundária à cirurgias anteriores ou por alterações neurológicas sendo de tratamento mais complexo e individualizado.