AVANÇOS NO TRATAMENTO DA INCONTINÊNCIA URINÁRIA
Aula ministrada no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO - USP - 2018 (acesse o link abaixo)
https://www.youtube.com/watch?v=5Qt9vkkipjo#mce_temp_url#
INCONTINÊNCIA URINÁRIA PARA O GINECOLOGISTA GERAL
Aula ministrada no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP -2023 (acesse o link abaixo)
https://www.youtube.com/watch?v=HEKkqdpPUjo
INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO PÓS-PARTO
Entrevista (Podcast) concedida ao site da Sociedade Brasileira de Uroginecologia e Disfunções do Assoalho Pélvico - UROGINAP - BR (acesse o link abaixo)
https://soundcloud.com/user-929805682/incontinencia-urinaria-pos-parto-epidemiologia
INCONTINÊNCIA URINÁRIA NO PÓS-PARTO (entrevista a revista Revide)
O QUE É INCONTINÊNCIA URINÁRIA?
ISSO É NORMAL?
Cerca de 40% das mulheres com mais de sessenta anos queixam-se de incontinência urinária, isto é, do desconforto causado pela perda involuntária de urina. Porém, a perda de urina pode ocorrer em qualquer idade, causando problemas graves de relacionamento não só sexual, mas social.
Com a participação cada vez maior da mulher no mercado de trabalho, suas atividades sociais aumentaram muito e a incontinência urinária, mesmo discreta, passou a representar um problema e uma limitação no seu dia a dia. Além disso, a mulher moderna passou a se importar mais com seu corpo e seu bem estar.
Existem vários tipos e incontinência urinária, send que, cada um necessita de tratamento específico que vai desde uma simples orientação miccional até cirurgia altamente especializada, passando por tratamento medicamentoso e fisioterapia.
Por isso, a incontinência urinária deve ser tratada por um profissional especializado, o uroginecologista. Já foi o tempo em que toda perda urinária era tratada pela conhecida “cirurgia de períneo” (perineoplastia), aliás totalmente abandonada atualmente. A perineoplastia está indicada, atualmente, apenas como correção de alguns tipos de prolapso da bexiga, uma espécie de plástica vaginal e, jamais, para tratamento de incontinência urinária.
>Causas
Além do ganho de peso excessivo e o número de gestações, também contribuem para o aparecimento da incontinência urinária o peso do bebê ao nascer, o tempo de trabalho de parto e condições genéticas específicas de cada paciente. Antigamente acreditava-se que a episiotomia (corte que o obstetra faz no períneo na hora do parto) diminuiria a possibilidade de incontinência urinária. Porém, vários trabalhos demonstraram o oposto e, hoje em dia, só se realiza a episiotomia caso haja risco de laceração (rotura dos tecidos lesando intestino por exemplo) do períneo.
>Diagnóstico
A história clinica, o exame ginecológico e o teste urodinâmico associados a alguns outros teste e exames especificos como diário miccional e os testes de qualidade de vida permitem ao médico descobrir qual a causa do problema e qual o tipo de incontinência urinária. O teste urodinâmico é um dos mais precisos para o diagnóstico da incontinência. Nesse teste, uma sonda é introduzida na bexiga através da uretra e outra é colocada no intestino pelo ânus. Essas sondas são finas e não causam qualquer dor ou desconforto. Elas são ligadas a um computador que, através de registros gráficos, irá revelar a existência ou não de alterações funcionais e anatômicas, como flacidez dos músculos do assoalho pélvico ou alterações na contração dos músculos da bexiga, do períneo e da uretra. Embora seja um pouco constrangedor, trata-se de um exame indolor, que não requer anestesia e é relativamente rápido.
>Tipos de incontinência uinária
Incontinência urinária de esforço
A pessoa consegue controlar bem a urina pelo tempo que for necessário, desde que não faça esforço.
A perda urinária ocorre somente ao esforço (tosse, riso, espirro...);
A mulher vai ao banheiro com frequencia para evitar acidentes (medo de perda);
Exercícios são evitados, pois causam a perda de urina;
Incontinência urinária de urgência
Alguns estímulos como torneira aberta, som de água caindo ou a simples visão de líquidos desencadeiam uma vontade irresistível de urinar e, por vezes, ocorre a perda urinária antes de chegar ao banheiro, que geralmente é constrangedora por ser em grande quantidade.
Quem sofre desse tipo de incontinência tem os seguintes sintomas:
Quando a pessoa apresenta frequência aumentada ( mais que 7 vezes ao dia), levanta mais de uma vez à noite para urinar e tem que correr ao banheiro para urinar mesmo que não perca urina diz-se que ela apresenta a Sindrome da Bexiga Hiperativa.
>Tratamento
As formas de tratamento variam de acordo com o tipo de incontinência urinária.
Somente um uroginecologista pode estabelecer qual o melhor tratamento para o seu caso, principalmente se houver indicação de cirurgia. Assim como, somente um fisioterapeuta especializado em incontinência urinária pode orientar os exercícios corretos para cada caso, individualmente.
Prevenção
O tratamento da incontinencia urinária de esfoço é geralmente cirúrgico, porém a fisioterapia específica pode melhorar os resultados da cirurgia e até tratar os casos menos severos. As cirurgias mais realizadas nesses casos são chamadas "CIRURGIAS DE SLING", onde se utilizam uma faixa colocada sob a uretra de material retirado da propria paciente ou material sintético. Existem diversos tipos de cirurgias de sling e diversos tipos de faixas e materiais. Somente um uroginecologista pode dizer quel tipos de cirurgia é melhor em cada caso específico. Não há medicação para este tipo de incontinência.
No caso da Sindrome da Bexiga Hiperativa e da incontinência urinária de urgência o tratamento é clínico, ou seja não existe cirurgia para esses tipo de incontinência. São usados medicamentos e fisioterapia. Nos casos graves e resistente às medicações convencionais pode-se utilizar injeções intra vesicais de Toxina Botulínica (BotoxR), porém o tratamento é caro e deve ser repetido cada 6 a 9 meses por tempo indefinido.
Em alguns casos, a causa da incontinência urinária é secundária à cirurgias anteriores ou por alterações neurológicas sendo de tratamento mais complexo e individualizado.